Ficar doente depois de ter sido curada. Assim estava ela. Às vezes seu estado físico refletia em seu estado emocional: descontrolado e imprevisível. Ela gritou. Suas cordas vocais continuaram vibrando, mesmo depois que o grito saiu. As lágrimas já estavam brotando e a frase ficou incompleta no ar pelo resto dos tempos. Só ela sabe como poderia completá-la, e ainda assim duvidava se um dia teria audácia o suficiente para a completar.
Quando achou que nada ia dar certo, ninguém a deu ouvidos. Parecia absurdo tanto pessimismo - realismo. Pillow Cryier, se autodenominava. Soa como algo bom, mas poucos sabem o que é ter esse sentimento.
Não era um frio comum. Quando o frio externo é preferível ao que se sente por dentro, não é bom o que isso significa. Uma frieza incomum. Uma distância incomum. Incomum.
Enquanto abraçava o travesseiro, cada lágrima caia deixava ainda mais patética a situação. O livro estava marcado com duas lágrimas. Não era justo com as páginas amareladas.
Se dependesse de sua força de vontade, a engrenagem do mundo pararia de funcionar, porque o sentimento de solidão no fundo, bem no fundo, a fazia bem. Era de certo modo, um jeito mais rápido de ver a independência.
Só sabe que precisa de certo abraço. Tem nome, sobrenome, apelido, endereço, telefone. Whatever. Precisa de café, de boas noites de sono, de sonhos. De palavras.