Sexta-feira, 28 de Janeiro de 2011

... de prolixidade.

Que a grosso modo é encher linguiça, pensar em vão, falar em vão, tecer ideias em vão. Falar, falar, falar, falar, nada a dizer. Mentir, omitir, disfarçar. Mas falo, falo, que prolixo nada é. Tudo é. Tudo isso é. Tudo prolixo. Tudo vício. Tudo pro lixo. Tudo em vão. E essa definição fora em vão. Num canto dum caderno dum certo alguém, vão.

E as palavras vão,

e vão,

em vão.

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por Dani Takase às 23:27
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Domingo, 23 de Janeiro de 2011

... de um enlace proibido.

Sabe qual a força da palavra proibido? A força sufocante de algo que não pode ser realizado que entra em conflito diretamente com o impulsionado desejo inexplicável de fazer esse algo.

Algo vulgo embriagar-se antes de tomar o volante, um cigarro em São Paulo, apontar uma arma para a cabeça de alguém, desonrar, pecar, amar.

O proibido parte de um conceito de errado, de perigoso, pecaminoso, criminoso. Leis do céu, da terra, dos homens, da vida. Leis impostas pelo todo ou pelo indivíduo. O bem de todos ou o bom senso. A consciência e o inconsequente.

A embriagues; a cegueira, a perda dos sentidos e da coordenação motora. Proibido. Altos riscos: ferir alguém; ferir a si.

Embriagues substituída por "álcool", "ódio", "paixão", "desejo". A descrição é a mesma. Os riscos são os mesmos. O erro é o mesmo. Mas tem quem se arrisque.

Fumar. Aspirar. Uma fumaça cinza de tabaco, uma fumaça gordurosa de quitute queimando na chapa, uma fumaça densa de explosivos com um aditivo de zunir de balas. A lembrança de um cheiro qualquer que traga lembranças. Rasga as vias respiratórias e cala-se em algum lóbulo do cérebro e não se perde jamais. O mais doce, o mais amargo, o mais danoso.

Desonrar.

Pecar.

Amar.

E no final é tudo sobre amar demais. Ou trair demais. E o proibido é tão simples, óbvio. E viver é tão inconsequente.


por Dani Takase às 03:52
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Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2011

... do país das maravilhas - fim?

Hoje eu vi Alice. Deus sabe a quanto tempo não a via, Ele sabe. Quem sabe ele também sentiu minha falta na casa Dele.

Domingo fresco. Domingo de céu azul vívido, nuvens fofas, sol teimosamente quente e um vento atrevidamente alivioso. Engraçado como nas férias as pessoas tiram férias até da fé. As cabeças espalhadas espaçadamente. Vazios. Muitos bebezinhos vestidos em branco. Poucas crianças. Muita distração.

Algo sobre pastor e sacrifício.

Algo sobre obediência e servidão.

Alice, pequena, correndo por entre os corredores. Já era de se esperar. E então a inquieta era eu.

Queria tratar, hoje, não com a magia e o ar de conto de fadas que costumava tratar. Mas era meu jeito de retratar a doçura que ela me passava. Tão pequena, Alice, com os cabelos e o vestido a sacolejar enquanto corria.

- Que a paz esteja convosco.
A música sibilante tocava e eu fui atrás de Alice. Esperava um cumprimento. Um "A paz" ou "Olá, você sumiu, não?". Esperava até que me ignorasse. Mas não esperava. Fui.

- Ei.

- Você aqui! - agarrou-me pela cintura. Aquela coisinha que não passa de meus ombros ficou presa a minha cintura por cinco minutos ou mais. E eu, sem fala. E o tempo passava. E eu nem me dava conta do que estava se passando. Não era a mim que prestavam atenção mesmo. Todos voltados para frente. Todos com a mente lá em cima. E eu e Alice ali.

Como era terno seu abraço. E nem entendia porque me abraçava.

Ela parecia tão bem. Parecia feliz e não fazia caretas. Não precisava de bronca ou persuasão. Não disse coisas estranhas, nem agiu mirabolantemente como costumava agir. E o abraço era inacabável. Mas a missa não.

- Tenho que ir.

- Não vá.

Sai correndo. Fugi. Larguei-a lá mais uma vez. E então era hora de ficar de joelhos. E o que se faz quando se ajoelha e se fecha os olhos? Eu nunca soube. Ninguém nunca me ensinou. Uma vez ela, ela me disse. "É só conversar. Se ele estiver ali ele vai te ouvir. Eu prometo." E se eu chorasse? Sem porquê, sem razão. Talvez foi uma despedida. Acho provável. E é por isso que reagi assim? Que estúpida eu sou. Mas sou sim. ´?É pateticamente que me preocupo com Alice.

- ... fazei que eu procure mais, consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando que se recebe...

Me sentia perdida naquele lugar. Mas presa ali. Precisava cuidar dela.

-...onde há dúvida que eu leve a fé, onde há erro que eu leve a verdade...

E que ela cuidasse de mim. E sabe-se lá quando verei-a novamente. E até lá guardo esse abraço.

-...onde há trevas que eu leve a luz, onde há tristeza que eu leve a alegria...

E a música ecoou infinitamente naqueles corredores de almas desesperadas. Sempre gostei dali porque quem está ali é porque busca algo. Eu não sei o que buscava. Continuava buscando. "Ide em paz" e parti. Parti para um domingo comum.

E preferia quando Alice era compromisso marcado no meu calendário.

-... um instrumento de Vossa paz...


por Dani Takase às 20:55
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Domingo, 9 de Janeiro de 2011

... luzir e cair - implodir

 

O mais fascinante na luz é não ser escuridão.

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por Dani Takase às 15:35
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