Segunda-feira, 5 de Setembro de 2011

... dois olhos negros*

E queria dois olhos negros.

Queria e queria muito.

 

Dois pontos

que não pairassem dúvidas.

que oscilassem com a luz.

que dissessem sem dizer.

e disse.

Acalme-se.

Tudo não passou de um somenos.

 

E curada a cegueira,

qualquer encantamento.

Olhos negros teriam o infinito

imersos no vazio.

em tags:

por Dani Takase às 03:08
permalink | comentários | +fav
Sexta-feira, 2 de Setembro de 2011

... de vestígios de sol (amor de cachecol)

"Mas tudo continuou como dantes. Alguma coisa parecia ter mudado.

Mas no fundo, bem no fundo, a vida continuava igual. Mas não tinha importância."


O crepúsculo parecia belo. O gradiente de cores era limitado. Não era o sol que cegava os olhos, mas o sol não era visto. Pôs-se já faz tempo, atrás dos edifícios altos e preponderantes.  Alcançavam o céu antes do próprio astro e permaneciam imperturbáveis depois de sua ida.

O que mais aprisiona são as limitações da visão. O que os olhos vêem e o que podem compreender.

Tudo era imperturbável. Ainda assim, tudo em constante transformação e eram imperturbáveis.

O sol, vestígio de sol, que trespassava construções, atingia os transeuntes que deixavam marcas nas calçadas. Sombras, fantasmas que passavam com pressa. O sol também ia imperturbável. As sombras continuariam em sua fuga da luz. Seriam sombras ausência de luz?

Outros corpos interferem a incidência de luz em outra superfície. Sim, ausência de luz. Segredo, mistério e, não digno, sombras − entristecem o espírito. Nada de sombrio, só não tão iluminado.

E mesmo opaco, frio. Não é porque há luz que fatalmente há calor.

Ele era o adorno simbólico que preenche a lacuna deixada pelo frio. Um amor de cachecol. De algum modo, esquecia-se o frio. Amezinava-o. Um enlace, eis conforto. Obsoleto e absoluto. Apenas — só — não deixava o frio passar. Só, deixou o frio passar. Foi-se, amor de cachecol.

E, sim, no crepúsculo, o dia enfim beijou a noite. Uma mistura de cada insigne quimera de inverno — mesmo as rubras nuances ou as nublosas. Cada memória de inverno.

Sem sombras, sem sol que sopre qualquer segredo. Lua não mingua, cresce — parece sorrir.


por Dani Takase às 02:59
permalink | comentários | +fav

últimas fugas

OEDIPOUS

m.

coletânea de palavras sem...

Sé dulce, Septiembre

No porta-malas

Fortaleza

Solilóquios II - O Margin...

Maio 2013

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30
31


a farsante


descubra.

. 2 seguidores

toda a farsa:

Maio 2013

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

_

toda a farsa:

Maio 2013

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

pesquisar no em fuga -

 
RSS