Ensimesmou-se.
Tinha ares de quem não se importava. Inabalável. Ostentava no rosto um riso, um gracejo. Não de quem se julga superior, mas ainda assim, de indiferença e desprezo.
Oblíqua e dissimulada, dizem.
Em tempos que todos a julgam com maus olhos, não parecia ofender-se, ainda que naturalmente hostil. Algo entre pedra e gelatina. Um pedaço de rapadura.
Doce, seu sabor estalava nos lábios de bons — e raros — apreciadores. Firme, demonstrava algo de insensível. Um devaneio contrastar o rústico e o sublime, uma coisa só.
O calor era tanto que fez-se derreter. De onde vinha o calor — intrínseco à sua vulnerabilidade, não se sabe. Derreteu. Mas o calor não era duradouro, nem eficiente.
Afastou-se. Fez-se frio.
Empedrou. Disforme, ainda que doce. Bela, ainda que disforme. E doce.
E, por fim, fim não seria amargo. Nem propriamente frio, nem acalorado. Nem doce. Indiferente.
Como um pedaço de rapadura.