Jamais Je Ne T'Ai Dit Que Je T'Aimerai Toujours
Jamais te disse que te amaria pra sempre, ó mon amour.
Jamais você me prometeu adorar-me por toda a vida.
Jamais fizemos tais juramentos - conhecendo a mim, conhecendo a você.
Jamais pensamos, pegos pelo amor, que seríamos tão incompatíveis.
No entanto, no entanto, docemente, sem que nada seja dito
Petit à petit
Os sentimentos invadiam nossos corpos, que gostavam de se envolver
e depois das palavras de amor que saiam de nossos lábios nus
Petit à petit
Tais palavras de amor se envolviam docemente em nossos beijos
Quantas palavras de amor?
Jamais eu pensei que você me agradaria pra sempre, ó mon amour.
Jamais pensamos que poderíamos viver juntos sem que nos cansássemos
Nós acordamos todas as manhãs, surpresos de estarmos bem
Na mesma cama
Não desejando mais nada, a não ser o prazer cotidiano de estarmos juntos
Assim.
No entanto, no entanto, docemente, sem que nada seja dito
Petit à petit, sentimos que nos atamos
Sem preocupação, sem pensar.
À tout jamais!, os sentimentos mais fortes e violentos
Que todas as palavras de amor conhecem
E desconhecem
Os sentimentos tão loucos e violentos
Sentimentos aqueles que nunca sequer imaginamos antes.
Jamais, não me diga, jamais!, que me amará pra sempre, ó mon amour.
Jamais me prometa adorar-me por toda a vida.
Não troquemos, sobretudo, tais juramentos, conhecendo a mim e conhecendo a você.
Manteremos o sentimento que nosso amor, au jour le jour,
que o nosso amor é um amor a curto prazo (sans lendemain*).
Cena de Pierrot Le Fou (1965), Jean-Luc Godard.